O vento singra os ares
Chegando-me como um leve sono
Do qual evolam adoráveis eflúvios.
Toca com delicada sutileza os sentidos da brumosa noite,
E deixa que o oiça e que o toque
Porque a ele é da sua própria essência
Deleitar-se pela noite nemorosa.
Ao encontrar em seu trajeto qualquer algo que lhe dificulte a passagem
Sussura palavras em uma língua distante.
Faço desmedido esforço
Abstendo-me de pensar
Porque compreendê-lo torna-lo-ia quase humano
E por assim dizer,
Insuportavelmente desinteressante.
Essa língua incompreensível tem uma sensualidade desumana.
Se me entrego por inteiro ao seu encontro
Posso sentí-lo deslizar em derredor do corpo.
Nos ouvidos, tão próximo,
Faz-me confissões.
Preenche-me com sua inquietude.
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