tag:blogger.com,1999:blog-25864644845052380432024-03-12T18:35:38.568-07:00Berejuquice ao léuberejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-36062680320266105662010-07-28T23:05:00.000-07:002010-07-28T23:11:21.047-07:00InfinitezaSempre que me descubro,<br />Acho estranho,<br />E me procuro de novo.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-5442169312856613622009-11-07T13:25:00.001-08:002009-11-07T13:25:20.585-08:00ReferênciaComo, como, como...<br />Sempre procuramos uma comparação.<br /><br />Desse modo,<br />Assim como a águia voa,<br />Como uma águia,<br />E a água escorre,<br />Como, apenas, água,<br />Escrevo como poeta;<br />Não porque o seja,<br />Já que tudo é relativo,<br />Mas apenas porque sinto.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-71943552773081292862009-11-07T13:24:00.001-08:002009-11-07T13:24:20.168-08:00NoturnidadeEstou à espera<br />Do que sei que não vem.<br />Nessa circunstância<br />Bebo plácido taças de vinho;<br />Oiço, sereno,<br />Chuva que cai calma<br />Aprendendo, com ela,<br />Calma que quero;<br /><br />Sôo, sorvendo do silêncio,<br />O ambiente propício à espera,<br />Dando a meus desejos<br />A forma elegante da noite<br />Translúcida em seus reflexos,<br />Pelos quais atravesso-me<br />Por inteiro, e ponho-me<br />A mim, cabal,<br />À disposição de um contentamento,<br />Satisfeito por ter-me sereno.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-227305652433819092009-11-07T13:23:00.003-08:002009-11-07T13:23:37.504-08:00SempreDivagar, e sempre.<br />A inconstância<br />De tão presente<br />Perde-se em sua<br />própria definição.<br /><br />Estar inconstante<br />Seja qual humor for;<br />Seja alegre,<br />Seja triste,<br />É sempre variável,<br />E sempre, sempre,<br />A qualquer lugar,<br />Estar, indiferente;<br /><br />Porque estar inconstante<br />Faz da inconstância<br />Constante sempre.<br /><br />Portanto sejamos,<br />Nem assim nem assado.<br />Sejamos, sempre.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-17377766793835948432009-11-07T13:23:00.001-08:002009-11-07T13:23:08.950-08:00VentoO vento singra os ares<br />Chegando-me como um leve sono<br />Do qual evolam adoráveis eflúvios.<br /><br />Toca com delicada sutileza os sentidos da brumosa noite,<br />E deixa que o oiça e que o toque<br />Porque a ele é da sua própria essência<br />Deleitar-se pela noite nemorosa.<br /><br />Ao encontrar em seu trajeto qualquer algo que lhe dificulte a passagem<br />Sussura palavras em uma língua distante.<br /><br />Faço desmedido esforço<br />Abstendo-me de pensar<br />Porque compreendê-lo torna-lo-ia quase humano<br />E por assim dizer,<br />Insuportavelmente desinteressante.<br /><br />Essa língua incompreensível tem uma sensualidade desumana.<br /><br />Se me entrego por inteiro ao seu encontro<br />Posso sentí-lo deslizar em derredor do corpo.<br />Nos ouvidos, tão próximo,<br />Faz-me confissões.<br />Preenche-me com sua inquietude.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-41594479966663105272009-11-07T13:22:00.001-08:002009-11-07T13:22:10.449-08:00SublimaçãoPor longe vai, pois<br />a eternidade amanhece,<br />e o canto da ternura,<br />inebria o homem que nasce<br />no novo dia:<br /><br />Via da vida,<br />Pão da brisa, poesia.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-83896654122101458822009-11-07T13:20:00.001-08:002009-11-07T13:36:27.728-08:00Paixão ébriaO temperamento vem do clima curitibano:<br />-instável.<br /><br />Pois bem,<br />sou assim;<br />tenho minhas paixões,<br />e pena de mim...<br /><br />Oh!, vida!<br />Tu que és tão forte;<br />sobrevives ao ódio,<br />ao tédio,<br />e ao homem.<br /><br />E o que dizer daquela tristeza,<br />aquela que bate quando bebemos sozinhos?<br /><br />Por consolo,<br />e só por isso,<br />parece fácil acreditar<br />seja o momento<br />de suave<br />embriaguez;<br />Bom se fosse:<br />- sempre há uma pequena a bater forte no peito.<br /><br />E o corpo cede,<br />desacreditando do amor.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-91582425523867373132009-11-07T13:19:00.001-08:002010-07-11T12:39:40.621-07:00Noção de espaçoEscrevo em letras miúdas,<br />Bem apertadas,<br />Porque o guardanapo é pequeno,<br />E a inspiração nem tanto.<br /><br />Há de haver um equilíbrio<br />entre o que o poeta escreve<br />e a dimensão do mundo.<br /><br />Hoje entendo a relevância da função social da metáfora no senso poético.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-73203555287214813682009-11-07T13:18:00.001-08:002009-11-09T17:34:29.159-08:00MetacríticaAludo-me como referência biográfica.<br />De quem mais posso dizer<br />Com alguma segurança<br />Sobre o sentir do viver?<br /><br />Conhecer-se. Ei-la, a questão.<br />E no-la parece simples...<br />Decerto porque estamos acostumados,<br />Severamente acostumados,<br />A ver o próprio rosto<br />Enxergando os defeitos<br />Como nódoas do espelho.<br /><br />Custa-me bramir em silêncio.<br />A disfarçar olhares.<br />Conter palavras,<br />Omitindo versos.<br /><br />Aludo-me como referência biográfica.<br />Como não falar de mim mesmo?<br /><br />Pela experiência<br />Sói acumular erros<br />Desmembrar palavras<br />Absurdar coisas simples.<br /><br />Optar.<br />Quais as opções,<br />Senão viver contemplativo,<br />frente ao espelho<br />Ou viver, simplesmente viver,<br />Viver como vivem os animais,<br />Que jamais se enxergariam<br />frente ao espelho?berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-21724129827059912432009-11-07T13:16:00.001-08:002009-11-07T13:16:22.591-08:00HojeHaicai I – sem movimentos<br /><br />Quero tantos dias vagos<br />Quanto eu possa permanecer neste estado:<br />- vegetal.<br /><br />Haicai II – iluminado<br /><br />A vida me incomoda nos dias de sol;<br />Preferiria jamais abrir os olhos<br />Nos cerúleos amanheceres do vasto mundo.<br /><br />Haicai III – desiludido<br /><br />Fumaça sobe cinza<br />Vida escorre passageira<br />Eu homem vive: vê-se-mo.<br /><br />Haicai IV – som<br /><br />Lauto lábaro lasso<br />Aflige e se entrega<br />Sonante: soa.<br /><br />Haicai V – silêncio<br /><br />Lustral vazio<br />Calha à solitude<br />Limpa-se a alma.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-77195975692918989522009-11-07T13:12:00.000-08:002009-11-07T13:13:22.828-08:00GalhosAvoila um galho seco<br />E nada de folhas que dele caiam.<br />Só o galho<br />E eu a olhar,<br />A galhardia do galho e o vento.<br /><br />Tem demais em comum<br />Coisas da natureza<br />E coisas do homem.<br /><br />Da natureza,<br />Em épocas certas folhas nascem<br />Flores desabrocham<br />Rios enchem<br />Sob a claridade do céu azul.<br /><br />Do homem,<br />Há tempo de risos<br />Espairados pela gratuita alegria<br />Como acontecem lágrimas<br />Obscurecidas pelo que é do homem,<br />Sentimento.<br /><br />Fluem-se natureza e homem.<br />Vão-se juntos,<br />Tristonhos e alegrados,<br />Unidos pela vida.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-21548632231059925392009-11-07T13:11:00.000-08:002009-11-07T13:12:05.468-08:00HumorNinguém ouvirá meus pessimismos;<br />Tudo que tenho de ruim em pensamento,<br />Como pensamento meu padecerá, sujeito à<br />Toda alternância que a variação do meu<br />Temperamento pode proporcionar.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-26729083695156626742009-11-07T13:10:00.000-08:002009-11-09T17:35:53.921-08:00EbriedadeNão há angústia que<br />Após uma cerveja<br />Melhor se exprima para<br />No que tardar<br />Virar tristeza.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-46723520456252564812009-11-07T13:09:00.000-08:002009-11-07T13:10:38.372-08:00Garrafa vaziaO homem beija o cálice já vazio,<br />Na esperança de encontrar um pouco mais<br />Do seu lenitivo néctar;<br /><br />Transido, mal consegue afastar os lábios<br />Das bordas da taça esgotada; a ilusão<br />De haver mais do que sorver,<br />Impele sua vontade<br />À expectativa de um desfrute<br />Ausente.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-13149571204751589902009-11-07T13:05:00.001-08:002009-11-07T13:05:42.275-08:00PreguiçaVelejo sempre pelo mar mais calmo.<br />O que dá trabalho, sempre cansa<br />Mais que o necessário.<br /><br />Se tenho dois olhos,<br />Deles um sempre a descansar,<br />Enquanto o outro observa a pasmaria.<br /><br />Quando vago no tempo,<br />Aconselham-me as ditosas calmas –<br />E assim olho o que me aprouver de olhar.<br /><br />Seleciono as maravilhas que me caem,<br />Como se fossem, elas todas, ao cair,<br />Folhas vivas duma árvore a jazer.<br /><br />Quedar-me nesta pia calmaria:<br />Qual a condição que a mim me assegura,<br />A dádiva vulgar de ser e de apreciar o que é?<br /><br />Silenciono-me, perspicaz, e afoito,<br />Porque adoro, e tanto, neste<br />Meu nada, um altaneiro<br />Ser.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-8155262853256841562009-11-07T13:03:00.001-08:002009-11-07T13:03:54.093-08:00Ao trabalhoQuando passado o portão do prédio,<br />Imagino próximo o fim do tédio:<br />- mas este não tem remédio.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-42874640508232016232009-11-07T13:01:00.000-08:002009-11-07T13:02:08.989-08:00AnoitecerContemplava da varanda tudo aquilo que me prende ao Universo.<br /><br />As árvores balouçando<br />Um poldro a correr alegre<br />Uns bois a pastar.<br /><br />Sorvia assim a dádiva de viver<br />Vagando entre reflexões e impressões sobre as coisas que gosto<br />Quando veio-me cristalina sensação de frio.<br /><br />O ocaso punha o Sol a escondido,<br />Estugando a marcha do tempo<br />no momento em que os sons da noite se projetavam no campo,<br />Impondo aos pássaros o repouso e o aconchego de seus ninhos.<br /><br />Gostava daquele jeito de não ter controle sobre o dia e a noite<br />Que naquele dia era especial porque trazia o frio.<br />- a natureza oportuniza muitos prazeres.<br /><br />A lenha se amontoava sem ordem nos fundos da minha casa.<br />Cada pedaço de madeira que juntei para preparar o fogo<br />Era um pedacinho de calor<br />Era uma réstia da luz que o ocaso levara<br />Dava-me às mãos algo como uma bênção<br />Um modo de ter em casa<br />Quando noite<br />Pelo menos um pouco da luz e do calor do dia ausente.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-62692984158854401582009-07-06T19:18:00.000-07:002009-07-10T09:32:49.492-07:00PassandoEssa voadeira se vai passando<br />E todos, parados, quase<br />que não reagem<br />Porque ela é tão rápida<br />E sutil em sua passagem<br />que nem se vê<br />Como ela nos atordoa<br />E tira a ação crua<br />que então nos prostra.<br /><br />Vamos ficando sem bom motivo<br />E não há alívio nisso<br />que se houvesse<br />Debalde talvez o quiséssemos<br />E o desejássemos<br />que no fim seria<br />Preciso um pouco mais de juízo<br />E deixar a voadeira seguir<br />que voando isso passa<br />que ficamos aqui<br />mesmo que em cinzas<br />que a voadeira nos faz<br />mesmo um dia<br />ou ir para qualquer lugar<br />que ir é igual a ficar<br />pois estar no mundo é igual<br />a no mundo estar<br />quando é nele que a voadeira se vai.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-41052039727117716112009-06-28T16:31:00.001-07:002009-06-28T16:31:52.920-07:00SábadoA tarde de sábado está num daqueles momentos lúgubres que anunciam o término de um dia singularmente belo. É pena que o sol não continue pelo menos por mais algumas horas a brilhar, pois eu tinha grandes e pretensiosos planos para este dia. Sempre é assim, faço planos para o sábado, e neste sábado eu desejei profundamente caminhar sem direção pela rua, com o espírito livre, deixando que a luminosidade do sol trabalhasse por conta para deixar tudo colorido e alegre por onde eu passasse. Meu desejo mais profundo era o de fazer um pouco mais parte de tudo quanto acontece quando o dia está bonito. Talvez fazer parte dessas coisas pequenas do mundo seja uma das poucas experiências dignas de inesquecimento. Tento não me culpar por isso, afinal, também da janela deste quarto na rua XV eu posso participar um pouco do mundo que acontece. Sei que não é exatamente a mesma coisa; aqui definitivamente me excluo da categoria dos homens de ação, e faço tão pouco para mudar esta condição, que me sinto obrigado a justificar a existência de algum valor nesse não fazer. <br /><br />Sou generoso comigo: daqui posso dedicar um pouco da minha atenção para contemplar o pinheiro verde da casa ao lado, e se isso se tornar enfadonho, me volto a esta máquina que tanto tempo me usurpa. Se bem que nisso tanto o pinheiro quanto a máquina são iguais, e pouca diferença faria contemplar esta tela ou aquele pinheiro. Mas ainda quero acreditar que o pinheiro, em sua essência, seja muito superior a esta máquina. É dele que reluz um verde de contagiante calor quando há o sol. Aquele pinheiro eu verdadeiramente contemplo, e vou comparando sua pouca relevância histórica em relação às pessoas que passam caminhando pela rua, ou aos carros que passam sem notá-lo. Como é possível que tantas pessoas passem sem notá-lo? Mas em relação a mim aquele pinheiro é único. Eu o vejo e o quero para ver sempre aos sábados à tarde, elegendo-o como a minha missa semanal.<br /><br />Por outro lado, também não posso me iludir. O pinheiro não é tão belo assim, ou agora parece um pouco menos belo do que parecia faz pouco. E é tão injusto pensar assim desse ser ao qual tanta importância terrena atribuo! Teria talvez o sol que se vai sido o culpado pelo brilho do pinheiro se dissipar? Teria talvez eu acreditado demais nessa beleza extrema, eventualmente não tão digna do quanto tenho pensado a seu respeito? Ou o mais certo seja admitir que até a mais sublime beleza se sujeita a esse nosso instinto banalizante, ao qual nenhuma beleza resistirá para sempre?<br /><br />O que definitivamente não posso é fugir dos fatos. O dia está se acabando, e acabar como um bode expiatório para meus momentos de ofensiva inação não é digno do destino natural de um pinheiro, ainda mais deste que vejo. Ele nenhuma relação deveria ter com o fato de eu estar da janela da rua XV olhando a rua com preguiça do mundo, mas tem me prendido tanto a atenção!<br /><br />Daqui vou vendo o dia se tornar noite, e como é belo o sol acabando ao final da rua XV! Observo mais um tanto pela janela, mas já cansado dessa contemplação vulgar. Agora o pinheiro já perdeu sua relevância. O sol já perdeu seu lugar. Chegou a vez de me tornar um homem de ação, sair de casa e caminhar ao encontro da noite de sábado, que se não for tão bela quanto o pinheiro, certamente me fará mais humano.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-72407760307829996572009-06-28T15:07:00.000-07:002009-06-28T15:14:31.079-07:00CorapegagemAo corapagão apeou-se a corapagada<br />E daí se fez algo que pouco se esperava;<br />Percebeu, quem à cena assistia,<br />Que um não dizia a verdade,<br />E a outra em suas juras mentia.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-39919913573229317432009-06-28T15:06:00.001-07:002009-06-28T15:07:24.556-07:00VantagemAguardo, porque pressa<br />Não a tenho.<br />A chuva pode demorar<br />Talvez horas;<br />Sei, contudo, que a calma<br />Manter-me-á seco.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-8428411846910032562009-06-28T14:59:00.000-07:002009-06-28T15:05:26.412-07:00Justificativa para o risoTanto quanto oiço, quanto aquilo quanto leio, à racionalidade é deveras cômico e, se rio, é devido não aos fatos, porém a tudo que me trazem de notável ignomínico. Se bebo contra os fatos, é de razoável ironia rir das idéias que os circundam. Pois limitarei qualquer revolta não a qualquer fato, porém a qualquer riso que dele advenha, pois sou e permanecerei fiel à linha que costuma rir porque as coisas existem.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-22928432659083004362009-06-20T08:58:00.001-07:002009-06-20T09:01:14.150-07:00Flário lúridoO gosto insíspero<br />Toma primeiro<br />A parte imediata<br />da boca.<br />Ardeja a língua<br />Amortece a garganta<br />Aquece o estômago<br />Ferve o corpo.<br /><br />Insíspero, ferve.<br />Borbota um hálito<br />Perene, contumaz,<br />Em brotos cálidos,<br />Derredoreando tonturas,<br />Efervências singulares,<br />Enquanto do ambiente<br />Entrementado,<br />Avoando-se,<br />Cuida um arriscado<br />Aforvolhar-se pardo;<br />Pois que tudo que avoa<br />Perde-se,<br />Seja porque alto,<br />Ou mesmo porque<br />Alinúveo, ávido,<br />Traz da cor,<br />do ar,<br />Um transparente clário,<br />Lúmido,<br />Cheio de algor,<br />Flário lúrido.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-76756980085732728612009-06-20T08:51:00.001-07:002009-07-07T11:44:00.560-07:00Porfia caladaA pessoa fala sozinha<br />Olha para os lados<br />Gesticula, retórica,<br />Busca convencer.<br /><br />Seu interlocutor<br />Queda-se. Invisível,<br />Sustenta com o silêncio<br />O ardor da pregação.<br /><br />Inesperada, a negação<br />Da tese questiona<br />O por quê, o motivo<br />Da porfia.<br /><br />Ela cai,<br />Desfalece,<br />Porque enfim encontrou,<br />Mudo,<br />Um adversário.<br /><br />[PAUSA]<br /><br />A conversa cessa<br />Com o mesmo<br />Silêncio que a causou.<br /><br />Permanecem (eles)<br />Como antes estavam:<br />Um quieto,<br />Outro calado.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2586464484505238043.post-43040423722214225832009-06-20T08:48:00.000-07:002009-06-20T08:50:13.328-07:00EpicurismoVelejo pelos ares<br />Em pura imaginação.<br />Nas imagens do alto,<br />Vislumbro uma vida<br />A flutuar<br />Sem conserto,<br />Importando-lhe, tão só,<br />Singrar prazeres.berejukhttp://www.blogger.com/profile/13845820141510311732noreply@blogger.com0